terça-feira, 15 de maio de 2012

1º de Maio em São Felipe

1º de Maio, uma data, duas celebrações: Dia do trabalhador e dia de São Filipe.
O primeiro, Dia do Trabalhador ou Dia Internacional dos Trabalhadores é celebrado anualmente em numerosos países do mundo, inclusive em Cabo Verde. Esta data surgiu como reivindicação da redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias, nos Estados Unidos, em 1886.
A segunda, é uma festa religiosa onde se celebra o testemunho de São Filipe, que foi um dos discípulos de Cristo. Filipe, apóstolo de Jesus Cristo, como é conhecido pelos fiéis, viveu em Cesareia, onde pregava com suas quatro filhas e teria realizado muitos milagres.

A festa de São Filipe é celebrada, em Cabo Verde. Na ilha do Fogo, é onde a festa é mais “rija”. Durante 1 mês a festa agrega pessoas vindas de todas as ilhas, bem como, da diáspora. Em Santiago, na cidade da praia, esta festa é celebrada durante dois dias. Na localidade de Achada de São Filipe, há 32 anos que é celebrada pelos fiéis católicos que recebe o mesmo nome do Santo padroeiro. Os preparativos têm inicio um dia antes, onde as pessoas se juntam para pilar o milho, uns vão às compras, outros vão ao cabeleireiro, outros ainda enfeitam as ruas.

Dia Santo em Achada São Felipe, pela manhã faz-se luz. Eram 10 horas, quando a polícia fechou a rotunda que dá acesso á estrada principal, Monte Agarro e só tinha livre-trânsito as viaturas dos moradores desse bairro, os autocarros, e alguns carros de matrícula autorizada. Para dirigir ao centro onde decorriam as actividades era necessário caminhar quilómetros de estrada a pé.
Este ano, o bispo D. Arlindo Furtado saiu da sua diocese e fez questão de marcar presença nesta cerimónia de 2 horas. Uma igreja com lotação esgotada, praça sem onde colocar os pés. Uma rua cheia de gentes ansiosas e curiosos esperando a mensagem de bispo D. Arlindo Furtado, um homem que vive a religião com alma.
Durante a sua homilia, Bispo fez apelos á conservação ecológica, sobre a importância do trabalho, a existência de várias comunidades religiosas. Ainda, lembrou aos fiéis, que devemos colocar questões importantes na nossa vida, assim como Filipe fez a Jesus. Estas questões constituem um desafio, um dever de cada um para descobrirmos a verdade. “E Filipe, nosso Apostolo, nosso padroeiro, então nessa altura dirigiu-se a Jesus: Senhor mostra- nos o pai? Isso nos basta! Então Jesus respondeu e disse-lhe algo muito importante. Agradecemos o Felipe pela pergunta que fez a Jesus. A pergunta que Felipe fez a Jesus é para o nosso esclarecimento, não só para todos os cristãos de todas as gerações.”

Mais de uma centena de fiéis, poucos lugares. Muito vento, mas nem este conseguiu abalar a fé dos presentes. Uns de pé, outros no chão sentados. Mas todos estão felizes. O que a cara das pessoas mostra é que o importante não é o dia em que se chega. Torna-se mais importante chegar a tempo de estar na missa e ouvir palavras de paz, ânimo e consolação vindas de parte do bispo D. Arlindo Furtado. “Nossa vida é transcedente na Deus, temos que ser fiel a Jesus, porque Cristo é o mesmo de ontem, hoje, e sempre, eu transmito aquilo que recebo de Jesus Cristo, devemos empenhar para conhecer mais a verdade para que verdade  nos liberta de medo e de morte, Jesus Cristo disse : «Eu sou o caminho, a verdade e a vida ».”

Alguns convidados em meio a gentes anónimas também quiseram marcar presença nesta celebração. O ex-autarca e deputado, Felisberto Vieira, a irmã de caridade Domingas, o Presidente e Vice conselheiro Paroquial, Bibiano Veiga, deram os seus testemunhos. “Sinto feliz, tradicionalmente, tenho feito opção de vier a festa de São Felipe não só como paroquiano mais também como um cidadão da praia, é um dia que nos leva a reflectir sobre comunhão, um dia de partilha e seguir o exemplo de São Felipe que amou e confiou muito na Deus.” “Celebração é sempre um momento de acção de graça, Felipe é um dos apóstolos que viveu muito perto de pessoa de Jesus Cristo, portanto é sempre um momento de apelo a todo os cristão e viver a nossa fé com mais coerência, sabendo que Jesus Cristo está no centro de todos nós e é com ele que sentimos realizado.” “Sinto bem, tendo em conta é uma festa que tem a sua dinâmica, é uma das maiores festas na cidade da praia, e tenho 30 anos a celebrar essa festa como líder da comunidade religiosa.”

A cerimónia religiosa, compreende a parte organizativa. Para além da Câmara Municipal da Praia ter contribuído com a limpeza e ornamentação do bairro, os juízes de festa também constituem uma figura importante, são pessoas que cumprem uma promessa ou são escolhidas. Como manda a regra, é obrigatório mandar rezar uma missa. Outros com mais posse oferecem um almoço gratuito a todos os convidados e populares. Hermínio Moniz, morador e juiz de festa em Achada São Filipe explica-nos a responsabilidade e o sentimento de servir mais este ano a figura de “juiz de festa”. “É uma tradição que deve ser mantida. Quando servirmos juiz de festa é um momento de confraternização, de muita alegria, também é momento de devoção em relação ao Santo São Felipe. É uma responsabilidade muito grande de manter essa tradição, por se não houver juiz a festa perde o seu brilho.”

A participação na festa não era para todos. Enquanto uns festejavam, outros estavam à procura do ganha-pão. É o caso de algumas vendedeiras que aproveitaram o dia para vender os seus produtos.
Este ano a Polícia Nacional fechou a rotunda que dá acesso á estrada principal, Monte Agarro e só tinha livre-trânsito as viaturas dos moradores desse bairro, os autocarros, e alguns carros de matrícula autorizada. Para dirigir ao centro onde decorriam as actividades era necessário caminhar quilómetros de estrada a pé. O comandante da polícia, Alberto Delgado, fala-nos das precauções de segurança que se tomou em relação a esta festa. «Foi elaborada um plano, em que constatamos 40 efectivo para cada dia que possa manter maior segurança, e tranquilidade, porque agora as festas têm mais dinâmica, e ainda tomamos algumas medidas tais como: fechamos a rotunda que dá acesso á estrada principal, Monte Agarra e damos acesso as viaturas dos moradores do bairro, os autocarros, e alguns carros de matrícula autorizada.”   

Durante as festividades pode dizer que o clima foi de civismo e muita tranquilidade. Pode-se considerar positiva, onde não se registaram nenhuns incidentes. Nem mesmo o vento, que se fazia sentir com muita força, abalou a vontade de os populares marcarem presença nesta festa, que durante todo o tempo, mostraram muita alegria e vivacidade. A tenda electrónica, é o último ponto das actividades marcada para este dia para fechar com chave de ouro.


Onde estão os nossos Direitos como Cidadãos?

Durante muito tempo a sociedade cabo-verdiana vive num pesadelo por um dos maiores flagelos que é a violência, principalmente na camada jovens. Pessoas de varias gerações ou seja de raça, cultura e povo diferentes, andam a perder a vida de forma injusta e isto está abalar a  nossa sociedade.
Em alguns bairros não há paz é somente assaltos, mortes e confrontos, entres grupos denominados thugs. E são os inocentes que pagam por os culpados. Para eles (thugs) não há diferença entre noite e dia, quanto mais entre as pessoas (rico, pobre, branco, negro, velhos, crianças).

A sociedade cabo- verdiana, clama em alta voz e exigem medidas das autoridades competentes pela tanta injustiça vivida neste pequeno país. Uns perguntam: até quando seremos livres? Outros choram e dizem: Onde estão os nossos direitos?

Agora as pessoas não sabem por onde ir, porque não sabem quando e onde serão a próxima vitima. Os bairros estão todos afectados e os jovens contaminados.

 Os nossos filhos vivem atormentados, cheios de medo e presos como pintainhos na gaiola. Há tantas coisas bons para fazer, compartilhar, mostrar, viver mas o tempo não nos favorece. Onde está os nossos direitos como cidadão?

Esta decisão, de maltratar os delinquentes no hospital, ou seja poupar anestesia não é má ideia porque «aquilo que o homem semear isso ceifará». Não pagam nada e tiram dos que pagam.
Todos nós temos direito á saúde. Mas dando conforto e bem-estar aos delinquentes é mais força para o mal. 

Algumas medidas tomadas pelo governo não é solução. Gastam dinheiro só para proporcionar condições favoráveis para os delinquentes. Sei que cedo  ou mais tarde, isso irá terminar. Não apoio e nem acredito na justiça que se faz no mundo, principalmente em cabo verde.

As manifestações é o que não faltam mas pergunto: resulta de alguma coisa? Claro que não! Os  próprios delinquentes fazem parte das manifestações, pensando que nada irá acontecer.
Cabo-verdianos! Não confiem em ninguém e tenham fé e coragem. Acreditem que exigem um só juiz, um só protector, o próprio Deus.
«Se Deus é por nós quem será contra nós»